18 de mai. de 2009

O Grito (The Grudge)

Título Original: The Grudge
Gênero: Terror
Tempo de Duração: 96 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2004
Distribuição: Sony Pictures Entertainment / Columbia Pictures / UIP / Europa Filmes
Direção: Takashi Shimizu

Elenco:
Sarah Michelle Gellar, Jason Behr, William Mapother, Clea DuVall, KaDee Strickland, Bill Pullman e Ryo Ishibashi.

Sinopse
Karen é estudante de serviço social e, a pedido do namorado, vai morar com ele em Tóquio. Em pouco tempo, Karen é convidada a substituir uma outra assistente, que misteriosamente desapareceu. Ela fica encarregada de cuidar de uma velha senhora americana que mora numa casa tradicionalmente japonesa. Chegando lá, Karen percebe que existe algo estranho no lugar, uma atmosfera desagradável e ominosa. Explorando a casa, ela descobre um armário selado por fita adesiva. Ao abrí-lo, Karen, inevitavelmente, libera a maldição.

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Antes de mais nada: O Grito não é uma cópia do filme O Chamado. O Grito, assim como O Chamado, é um remake norte-americano de um filme japonês. No caso do O Grito, sua versão original chama-se Ju-On. Tanto Ju-On quanto The Grudge (título original em inglês) , significam 'O Rancor', que seria basicamente o tema do filme. Mas no Brasil colocaram o estúpido título 'O Grito', que acabou confundindo muitas pessoas, pois quase não há gritos no filme e o som que a Kayako emite não trata-se de um grito (está mais para um gemido).

Como 'O Grito' não é um filme 100% americano, existem muitas diferenças no estilo. Nos filmes norte-americanos de terror tudo é muito explicado, eles apelam mais para a sensação de nojo, quase sempre os assuntos abordados são bruxas, demônios, monstros e psicopatas, e na maioria das vezes o problema em questão tem uma solução (com a morte do psicopata, exorcismo do demônio, etc.). Já nos filmes japoneses tudo é muito mais complexo, há muitas conversas e mistérios, o telespectador não apenas assiste ao filme mas também tenta resolver alguns enigmas do mesmo. O terror psicológico não causa apenas um susto na hora, mas tende a prolongar a sensação de medo por dias ou semanas (quem sabe meses?!). E o assunto abordado é quase sempre espíritos. Porque todo esse mito em relação aos espíritos faz parte da cultura japonesa e de muitos outros países asiáticos.

Então, antes de criticar o filme procure entender a diferença entre terror norte-americano e terror asiático, ou melhor ainda, as diferenças entre os vários subgêneros do terror (slasher, gore, terror psicológico, etc.). Muitas pessoas não compreendem essas diferenças e por isso julgam mal os filmes asiáticos.


Algo muito interessante para se fazer ao assistir filmes como 'O Grito' é não se distrair com outras coisas enquanto assiste. Digo isso porque percebi que a maioria das pessoas que assistiram esse filme no cinema gostaram muito mais do que aquelas que assistiram em casa. Creio que isso aconteça porque em casa temos muito mais distrações ao assistir um filme do que no cinema, e isso acaba tirando atenção justamente nas partes principais do filme. E também porque no cinema está tudo escuro e a qualidade sonora é melhor do que em casa. Muitos podem achar que isso não influência na hora de assistir um filme, mas tenho certeza que influência muito.


Gostei desse filme. Na realidade tive muito medo, pois algumas de suas cenas podem encaixar-se perfeitamente no cotidiano, como você escutar um barulho e olhar para trás e não ter ninguém, ou estar com medo de alguma coisa durante a noite e se cobrir com o cobertor...

Enfim, o sentimento de medo foi passado no filme de uma forma mais real. Não estou dizendo que espíritos existem, mas sim que, ao contrário de filmes como do Jason ou Freddy Krueger, as cenas de medo não são tão improváveis de acontecer na vida das pessoas.


Minha nota (0-10)
: 9 (Ótimo. Só faltou um pouco mais de sustos e alguns efeitos especiais poderiam ter sido melhores).


Trailer do filme:



Minha explicação sobre "The Grudge":

"Quando alguém morre tomado de uma poderosa raiva nasce uma maldição. A maldição se concentra no local da morte. Quem encontra-la será consumido por sua fúria".


Quem prestou atenção nesta frase já entendeu quase todo o filme.

1-
O "espírito principal" do filme é a Kayako Saeki, esposa do Takeo Saeki e mãe do Toshio Saeki. A Kayako se apaixona pelo professor americano Peter (Bill Pullman) e passa a escrever em seu diário todos os seus sentimentos em relação ao professor. Num belo dia, Kayako marca bobeira e deixa que o diário caia nas mãos do marido, que por sua vez, ao ler o diário sofre um acesso de raiva (parecia um pouco possuído) e resolve acabar com toda a família. Quebra o pescoço da Kayako, afoga Toshio e o infeliz do gato na banheira (pois o felino presenciou todo o crime). Antes tarde do que nunca, ele resolve se enforcar e assim foi o triste fim da família Saeki.


2-
Com certeza nenhum deles morreram felizes. Nem o gato. Então, todo o ódio e rancor que estavam presentes na hora do assassinato fez com que o espírito de toda a família ficasse presa na casa, vingando-se de qualquer um que entrasse lá. Não sabe-se ao certo de que forma as vítimas morrem, podem ter tido um ataque cardíaco ou simplesmente a família Saeki repete todo o assassinato com qualquer um que esteja lá dentro. Isso já vai da interpretação de cada um... O importante é saber que o mané que entra na casa morre. Quem não entra, não morre.


3-
Kayako faz aquele barulho porque teve o pescoço quebrado. Toshio, por ter sido afogado junto com o gato, "fundiu-se" ao felino e os dois viraram praticamente uma coisa só. Então onde está o gato, está o menino. Não procure uma explicação clara para isto... Se fosse filme americano iriam contar toda a história do gato e do menino ao estilo Beethoven (e mais tarde viraria um longa para passar na Sessão da Tarde). Takeo não aparece muito, mas ele mata gente também. No filme ele mata o detetive Nakagawa na "banheira dos afogados".


4- O filme começa do meio do meio, vai para o começo do meio, depois vai para o começo, indo assim para o começo do fim, voltando para o fim do meio para terminar com o final final mesmo. @_@ Falando assim parece complicado, mas se a pessoa forçar um pouquinho mais o cérebro (o que para alguns parece ser quase impossível ¬¬) dá para entender perfeitamente. A ordem dos fatos é mais ou menos igual ao do filme Kill Bill.


5-
A família americana que foi morar na casa morreu. Qualquer um que entra lá morre. Mais cedo ou mais tarde a Karen (Sarah Michelle Gellar) morrerá também.


O filme não requer muitas explicações. Não é tão difícil assim, o problema são as pessoas que tem preguiça de pensar. Metade do filme é o que tá lá e a outra metade vai da interpretação de cada um. Nos extras do DVD, o diretor Takashi Shimizu diz que simplificou muito algumas partes do filme para que o público americano pudesse entender, pois a versão japonesa é bem mais complexa. Mesmo assim parece que o povão não conseguiu entender. ¬¬



Algumas imagens do filme:


Diretor Takashi Shimizu e os atores Sarah Michelle Gellar e Jason Behr
Essa cena, exatamente do jeito que está na foto, não aparece no filme. Não chega a mostrar a cara da Kayako assim tão nitidamente. Mas existe, e considero a parte mais tensa e assustadora do filme.

2 comentários:

  1. Ótima descrição do filme!!! Com certeza fiquei super a fim de assistir. Pra falar a verdade, podendo contar com seus escritos, o melhor a se fazer antes de alugar um filme de terror é consultar esse site =)
    Parabéns!
    Continue escrevendo!!
    beijos

    ResponderExcluir
  2. Esse com certeza merece um 10! otimo filme!

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