8 de jan. de 2011

Leitura Recomendada: O Pacto de Joe Hill

Boa noite amigos do Vai Assistindo, estou aqui para trazer a vocês fiéis leitores, uma dica de um livro que recém terminei de ler e do qual gostei muito: O Pacto de Joe Hill.

Para todos aqueles que estão acostumados com os meus textos, sabem quem na maioria deles eu gosto de dar uma divagada antes, e com esse texto não vai ser diferente (quem não estiver muito a fim de ler, é só descer direto a página até onde eu começo a falar sobre a obra).


Desde que li o primeiro livro de Harry Potter no finalzinho de 2009, me tornei fã incondicional da obra da escritora inglesa J.K Rowling. Nunca fui muito fã dos filmes do bruxinho, embora tenha gostado de um ou outro deles.

Mas eu sou aficionado por livros, gosto de tê-los, e mais ainda de lê-los. Quando eu vi em uma loja virtual que os livros do Harry (versão econômica) estavam em promoção por R$ 9,90 cada, eu não resisti e acabei comprando os dois primeiros, afinal com um preço desses, mesmo que eu não gostasse não iria sair com um prejuízo muito grande (sem contar que poderia dar de presente pra alguém).
Para minha surpresa eu gostei muito de ambos, tanto que nos dois meses seguintes acabei comprando o restante da coleção. É importante notar como é difícil transpor um livro para o cinema, um filme para o qual eu não dava muita bola se tornou uma das melhores leituras que já tive o prazer de ler, tanto que após terminar um, já emendava outro livro.
E foi assim até o término do sétimo e derradeiro volume.


Na verdade falei sobre Harry Potter porque eu tenho uma mania que considero um pouco chata: sempre após terminar de ler um livro, ver um filme, ou jogar um videogame (para mim, as três melhores mídias de entretenimento) os quais rompem a barreira do bom e alcançam para mim o status de excelente, parece que nada vai me satisfazer igual, é como se aquilo servisse como parâmetro para tudo que deveria vir depois e lógico que acabo me decepcionando bastante.
E infelizmente isso aconteceu após Harry Potter, tanto que esses meses após o término do último volume, eu li pouquíssimos títulos e nenhum com a mesma empolgação, tanto que tenho um livro aqui na minha gaveta há três meses, que já tentei iniciar duas vezes, e em ambas não passei do primeiro capítulo.


Mas enfim, indo direto ao ponto: esses dias passeando com a namorada na livraria do shopping, vi esse livro, que será objeto dessa resenha. A imagem do forcado sobre o fundo vermelho, a sinopse na contra-capa e a tagline: "Quando as pessoas que você ama lhe viram as costas e sua vida se torna um inferno, ser o diabo não é tão mau assim.", tudo estava conspirando para que eu estivesse diante de mais uma excelente leitura.
E como eu já havia lido A Estrada da Noite de Joe Hill anteriormente e gostado, decidi que valeria a pena comprar esse livro.


Sobre o autor:
Joe Hill começou sua carreira como escritor de contos para algumas revistas norte-americanas.
Seu primeiro livro publicado foi uma coletânea de contos chamada 20th Century Ghosts no ano de 2005.
Em 2007 ele lança seu primeiro romance intitulado Heart-Shaped Box, e em 2010 lançou seu segundo romance intitulado Horns.


Joe Hill na verdade é um diminutivo de Joseph Hillstrom King, e sim o King no final de seu nome é um grau de parentesco com o autor Stephen King. Na verdade Joe Hill é filho do consagrado escritor e não utilizou seu nome verdadeiro pois queria ser reconhecido graças ao seu trabalho e não da fama de seu pai.
Embora desde o lançamento de 20th Century Ghosts se especulasse sobre sua identidade, somente em 2007 após Heart-Shaped Box alcançar sucesso por méritos próprios que Hill confirmou ser filho de King.


Todos seus 3 livros foram publicados no Brasil pela editora Sextante:
Fantasmas do Século XX (20th Century Ghosts)
A Estrada da Noite (Heart-Shaped Box)
O Pacto (Horns).


Sobre a obra:


Ignatius Perrish conheceu o amor de sua vida muito cedo, mais precisamente durante a adolescência. Desde o fatidico encontro com a mocinha Merrin ele só teve uma mulher na sua vida. Durante dez anos Ig e Merrin, cresceram, conheceram o amor e fizeram planos juntos, inclusive escolheram os nomes de seus futuros filhos.
Só que em uma certa noite em que Ig havia bebido demais, o destino lhe prega uma peça: Merrin é estuprada e assassinada. Durante um bom tempo ele foi tido como o único suspeito, sendo inocentado apenas por falta de evidências contra sua pessoa e graças ao status de sua família.


Edição nacional de O Pacto (Horns), pela editora Sextante, 320 páginas.


A história de O Pacto começa um ano após a tragédia, Ig ao despertar com uma terrível ressaca observa que em sua cabeça duas protuberâncias vem crescendo, ao apalpá-las descobre a pele sensível e dolorida. Analisando melhor constata que não são meras protuberâncias, mas sim dois chifres que estão "brotando" de seu crânio.
Assustado, resolve procurar ajuda, embora as pessoas notem sua bizarra nova aparência, ninguém parece se importar muito com seus chifres.
Muito pelo contrário, agora diante da presença de Ig, todos com quem ele conversa confessam seus mais obscuros desejos e segredos.

O padre, o médico, amigos e família. Ninguém está livre do poder de Ig, que ao descobrir as verdades ocultas dessas pessoas se encontrará mais sozinho do que nunca.
Agora Ignatius Perrish iniciará uma jornada aos cantos mais obscuros da alma humana enquanto revive o passado e recorda de todos os fatos que o levaram a herdar os poderes do Diabo.

Opinião pessoal sobre O Pacto:

Minhas suspeitas a respeito do livro não só se concretizaram, como superaram todas as minhas espectativas. O Pacto é mais um daqueles livros que o leitor começa a ler, e não para até chegar a última página.
Apesar da sua natureza sobrenatural, O Pacto não é propriamente dito um livro de terror, se encaixando melhor em uma descrição de história fantástica com alguns elementos de horror.

Nota-se uma visível evolução na escrita de Hill deste livro para o seu anterior, enquanto que em A Estrada da Noite o protagonista era um sujeito de caráter duvidoso que de certa forma buscava redenção (e o qual eu não me identifiquei nem um pouco, nem mesmo no fim), O Pacto faz diferente, coloca um sujeito comum, de boa índole, em uma situação oposta, onde a cada capítulo vai se degradando mais e mais, e mesmo assim o leitor não consegue deixar de gostá-lo ou se identificar com sua causa. Embora suas atitudes não sejam as mais nobres, ainda assim é difícil condená-lo, eu a todo o momento me colocava em seu lugar: Se fosse comigo, eu faria diferente?

A construção da trama também se dá de uma maneira inteligente, alternando entre a metamorfose de Ig em diabo e acontecimentos do passado dos personagens, no final amarrando de forma convincente todos os fatos.
Os únicos defeitos que posso dizer a respeito do livro não são de autoria de Joe Hill, mas sim da edição nacional, que primeiramente escolheu um título bem equivocado (em momento algum se demonstra um pacto com o diabo, como se sugere), e também um ou outro erro de digitação, que não atrapalham a leitura é verdade, mas que acredito serem meio que inaceitáveis dentro de uma editora (cadê a revisão?).

Li uma crítica uns tempos atrás dizendo que Joe Hill se assemelhava bastante no modo de escrever ao seu pai, já eu tenho uma opinião completamente oposta. Hill embora escreva sobre o mesmo gênero, possui um estilo bastante diferente. E mesmo possuindo uma narrativa rica em detalhes, ele vai direto ao ponto, se tornando uma leitura bastante fácil. Fico imaginando que se o mestre King escrevesse o mesmo livro, possivelmente ele teria umas 300 páginas a mais, já que em muitos casos ele tende a ser um pouco prolixo (não que isso seja um defeito, mas nem sempre sua leitura é fácil).

Finalizando o texto digo que está provavelmente foi uma das melhores leituras que fiz esse ano que recém passou, um livro instigador, bem escrito e bastante original. Entra fácil no Top 5 dos livros que tenho em minha estante.

Joe Hill fala sobre O Pacto (infelizmente sem legendas):


That's all Folks!

6 comentários:

  1. ahsiuhauishaiushiuahiu o autor ja tem super cara de filme de terror! ahahahahah

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  2. @Paty
    Ué nem vejo nada de mais, é só um cara normal, barbudo e de óculos. Mas o que importa mesmo ele tem de sobra que é talento para escrever.

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  3. Nossa... ele se parece mto com o Stephen King, como é q ñ tinham certeza q ele era filho dele? shuahsuahsu

    HP eu li os dois ultimos livros no início de 2009. A leitura é fácil, o livro realmente prende atenção, fazendo com q vc leia rápido até d+. Só li pra saber o que aconteceria nos próximos filmes, mas ñ tenho curiosidade de ler toda a série... huahuahau Concordo q os livros são legais e interessantes, mas não achei a J.K Rolling uma escritora tão fantástica...O.o

    Bom, sobre o livro do Joe Hill, parece ser mto bom. Só essa sinopse q vc colocou já me interessou mto! Achei legal ele ñ usar o nome do pai, só pra fazer sucesso mais rápido.

    Ótima postagem e ótima dica de leitura xD

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  4. @Ninne
    Ah essa história de parecer é muito relativo, dizem que eu pareço com o Brad Pitt, mas juro que não sou parente dele...........hehehehe.

    Bom brincadeiras a parte, na verdade eu acho que o que define um bom escritor é a habilidade de contar uma história e manter o leitor interessado. Eu posso até ser apedrejado pelo que eu vou dizer agora, mas vou citar como exemplo Tolkien, que é verdade criou o maior mundo fantástico da literatura fantasiosa e que tenho certeza até hoje inspira escritores a dar seus primeiro passos na lietratura fantástica. Era estudioso e professor de Literutura. E no sentido de contrução de um texto ele é mestre. Mas se tem uma coisa que acho é que seus livros são chatíssimos de se ler, demorei meses para conseguir ler a trilogia do Senhor dos Anéis, que em volume não é uma obra muito extensa.
    No quesito formação acadêmica realmente não tem como comparar Harry Potter ao Senhor dos Anéis, mas no quesito diversão aí são outros quinhentos.
    Rowling pode não ser lá essas coisas como escritora, mas na questão de deixar o leitor interessado pela sua história isso ela soube fazer muito bem, até porque pra deixar muito marmanjo barbado interessado por uma história voltado ao público infanto-juvenil não deve ser uma tarefa muito fácil de conseguir...hehehe

    Sobre o livro do Joe Hill é muito bom mesmo Ninne, tanto esse como o anterior Estrada da Noite são histórias muito originais. Pena que ele escreveu pouca coisa ainda.

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  5. shasuuah comprei esse livro ontem, eu já li a estrada da noite dele e é muito bom, recomendo,o que eu mais gosto desse cara é o fato de ele colocar apenas John Hill nos livros e não usar o sobrenome do pai para ser reconhecido pelo talento

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  6. Oi! Tô lendo "O Pacto", ainda não cheguei à metade (por isso, nem li a resenha, com medo de ter algo que ainda não tenha lido), mas notei uma coisa que não sei se vc notou tb.
    Cheguei ao seu post pois joguei no Google "Joe Hill J.K. Rowling". por acaso você notou alguma coisa na maneira como Joe escreve que te lembra a Jo? Não sei, algumas coisas que ele fala, alguns diálogos, descrições, etc. Me lembraram muito o modo como a Jo escreveu HP. Não li outras coisas do Joe Hill, entao não sei dizer se é assim em todos, mas me parece que ele escreve inspirado nos escritos de Jo, como um fã, sei lá, do estilo dela. E aí? O que vc acha?

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