Título Original: V/H/S
País de Origem: Estados Unidos
Gênero: Horror
Classificação etária: Maiores de 18 anos (classificado pela Motion Pictures Association of America - MPAA)
Tempo de Duração: 116 minutos
Ano de Lançamento: 2012
Direção: Matt Bettinelli-Olpin, David Bruckner [+]
Elenco: Calvin Reeder, Lane Hughes, Adam Wingard [+]
Sinopse: Quando um grupo de vândalos é contratado por um terceiro desconhecido para assaltar uma casa abandonada e adquirir uma rara fita VHS, eles descobrem mais filmagens do que combinaram.
Vai Lendo!
Primeira postagem minha no VA sobre um filme (com exceção das críticas sobre o primeiro e o segundo filme de Silent Hill). Segue a mesma linha de todas as minhas outras críticas, então quem acompanha o site há algum tempo sabe o que esperar. Pra quem não sabe, eu digo: tenho tendência a reclamar bastante e sou chato com certas coisas, porém não hesito em destacar os pontos positivos quando os percebo.
Já começo deixando claro que sei que esse filme nem ao menos foi anunciado no Brasil. A galera já deve estar acostumada a receber os filmes aqui com cerca de, pelo menos, seis meses de atraso; nesse caso, o filme nem ao menos tem pretensão de ser lançado, já que saiu ano passado e nenhuma distribuidora se manifestou (se eu estiver errado, por favor, corrijam-me e permitam-me que eu me retrate :P).
Ah é, o alerta de spoilers fica ativo, afinal não dá pra justificar a análise sem apresentar os fatos do filme. Ao menos não vou colocar nenhuma foto, porque qualquer uma delas é (mais) um possível spoiler.
TRAILER
Nota: no trailer a menina diz "Se você está vendo isso, NÃO VENHA AQUI!", e não "desligue agora"...
Ouvi falar dele ano passado mesmo, assim que foi lançado. Vi um trailer e achei interessante, apesar dessa ideia de filmes com filmagem supostamente verdadeira já estar um pouco saturada (e ninguém mais acreditar nisso depois da trollagem master jogada de A Bruxa de Blair). A ideia de um filme feito com vídeos de qualidade VHS — aquelas fitas que "antigamente" se usava para filmagens — era diferente também, e como eu estava num embalo de sábado à noite assistir filmes novos de horror, procurei por esse e deu nisso. O pior é que realmente FOI em um sábado à noite! xD
A proposta do filme não é a de ser um snuff movie, ou seja, uma fita perdida com imagens reais. Na verdade ele não tem uma proposta muito bem definida a não ser a dita pela sinopse: um grupo de ladrões tem de roubar uma fita em uma casa abandonada. Quando chegam, descobrem que a casa não está exatamente abandonada: o dono anterior (ou seja lá quem fosse) está morto e sentado em uma poltrona em um dos cômodos. Em frente ao corpo há uma série de televisores (daqueles mais antigos, de tubo mesmo) com nada além de estática. Um videocassete está sobre um deles e é através dele que vemos o conteúdo apresentado, juntamente com uma pseudo-trama que segue de fundo (beeeem de fundo mesmo).
Ao encontrar o que parecia ser a fita, um dos ladrões a usa no videocassete e acha estranho seu conteúdo. Isso acontece durante o filme todo: eles encontram várias fitas pela casa, cada uma com uma filmagem estranha diferente da outra e sem nenhuma ligação aparente. Todas as fitas são colocadas no mesmo videocassete e logo ao darem o Play, o telespectador é quem vê o conteúdo da mesma. Aos poucos os ladrões vão sumindo e no final... Bom, isso eu vou dizer na conclusão da análise, mas sem contar o que acontece.
As histórias são bem fraquinhas, provavelmente ligadas a lendas urbanas dos Estados Unidos (minha falta de conhecimento nessa área me impede de dar certeza ou negar esse fato). Não é nem necessário dizer que em praticamente todas elas há dois elementos que eu particularmente dispenso e não gosto quando são usados em filmes de supostamente horror: nudez e sangue (ou, como já é de praxe chamarmos, "tripas e mulher pelada"). As cenas não são tão explícitas porque a filmagem é feita, realmente, pelos atores, e tem todos os defeitos de uma gravação amadora: falta de enquadramento, balança o tempo todo, fica sem foco e não é possível ver muita coisa porque tudo é gravado em VHS. Isso não é um fato que estou criticando, é algo que deixa tudo um pouco mais crível (ou menos artificial, dependendo de quem assiste).
O problema é que as histórias são fantasiosas demais, exploram temas que já são naturalmente desacreditados e em muitas partes o roteiro é tão mal escrito que as frases e atuações acabam por nos fazer rir. Quando isso não acontece, eles apelam para a violência gráfica: você realmente vê uma mulher sendo esfaqueada, um homem tendo a garganta cortada e um rapaz quebrando o pulso, com fratura exposta e tudo. Esse apelo (gratuito, de uma certa forma) para a dor pode ser ótimo para quem gosta da série Jogos Mortais, mas é péssimo para mim. Prefiro muito mais ficar angustiado com a atmosfera macabra ou tensa de um filme a virar o rosto em cenas que mostram sangue e tripas, ou pessoas sendo mortas. Gosto menos ainda quando o filme, seja qual for, se baseia apenas nisso para se promover.
Há apenas uma história que me chamou a atenção: a da garota conversando na webcam com o namorado/marido. Essa história explora o lado mais sobrenatural (a garota afirma que o apartamento dela é assombrado), mas quando começa a ficar boa, você sente um tropeço dos gigantes na trama (não vou dar esse spoiler gigante, calma). O que tinha começado a ficar esquisito e angustiante acaba se tornando motivo de piada.
No final você acaba sabendo o que vai acontecer, pois é bem previsível. Até quem não tem o costume de tentar "adivinhar" consegue perceber, e isso tira bastante a graça do filme. As fitas em si (e a existência delas) acabam não tendo ligação nenhuma com o final e soam como desculpa para usarem as cenas "estranhas". A atuação não é ruim, acho que o roteiro e as falas é que deixam algumas partes meio ridículas.
O desenrolar do filme todo perde o passo do meio pro final de cada uma das fitas. Várias delas têm o começo bem interessante, mas quando poderiam ter feito algo bom, acontece algo que estraga tudo: uma morte forçada ou brutal, algo previsível ou um momento "WTF?!", no sentido ruim da expressão. Ser uma produção "independente" não seria justificativa, visto que há vários filmes de baixíssimo orçamento com conteúdo melhor (dinheiro nenhum compra criatividade).
O veredito é um filme curioso, mas com bastante potencial desperdiçado. Não chega a ser horrível, mas está longe de ser tão bom, também. Vale dizer aqui que lá fora ele foi até que bem recebido, com notas acima do regular (5,7/10 no IMDb, 55/100 no Metacritic e 55% no Rotten Tomatoes), e que já foi lançado o V/H/S 2. Não que isso seja parâmetro de filme bom, mas é bom saber, né? XD
Nota: 6
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